domingo, 27 de julho de 2008

SOU A PERSONAGEM QUE VOCÊ CONTA

Interessante o como quando nos deparamos com a vida de grandes personalidades, nossas mentes dão um estalo, e nos defrontamos com nossa vida toda, diante dos nossos olhos. Ontem, sábado pela tarde assisti o filme Cidadão Kane, de Orson Welles, um filme de 1941, e fiquei boquiaberto com a qualidade do filme, com os enquadramentos, com a temática revolucionária, e claro, principalmente com o grande homem por de trás da obra, que era o multi-artista Orson Welles, que aos 24 anos de idade já havia conquistado o mundo com sua arte. Me senti tão pequeno, tão inútil, tão provinciano cercado aqui no meu iglu (dou esse apelido pra minha casa porque ela é pequena, praticamente um iglu mesmo).
Mas uma técnica narrativa do filme, a de várias personagens contarem sobre seu ponto de vista passagens sobre como era a vida do Magnata do Mass-Media Charles Kane me surpreendeu e desvendou a cortina sobre os padrões de uma vida linear que eu acreditava que tínhamos.
Não somos uma só pessoa, na verdade somos vários. E alguns dos "eus" que somos são através da visão que os outros possuem de nós. Posso ser insignificante, e talvez eu acredite isso, mas para alguém, em algum momento, eu posso ser o mundo.
Somos assim: uma eterna contradição, um tecido feito com pontos de várias técnicas, um tecido grande para uns, quente demais para outros, mas em alguma circunstância o maior achado do mundo.

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